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Deixando de ser artesão - repensando a gerência de servidores

Colaboração: Rafael Gomes

Data de Publicação: 25 de setembro de 2015

O que seria da área de tecnologia da informação sem suas mudanças? Estamos o tempo todo nos reinventando. Repensando nossos métodos e viabilizando novas formas de melhorar nossa atuação, nossos produtos, entregando valores cada vez mais rápido.

Nesse artigo falarei um pouco de como mudamos completamente a nossa forma de lidar com gerência de servidores.

"Antigo" administrador de servidores, que aqui chamarei de artesão.

Em um determinado momento no "passado", os técnicos de infraestrutura de TI atuavam de forma bem manual, eles desempenham suas tarefas de forma similar a como faziam os artesãos antes do processo de industrialização. Para levantar um novo serviço, esse profissional era responsável por realizar quase todas partes do processo.

O técnico de TI fazia cabo de rede, preparava instalação elétrica, fazia cotação e comprava o servidor, recebia o pedido, tirava ele da caixa e colocava no rack. Em seguida ele instalava seu sistema básico e então configurava os serviços a serem entregues ao usuário. Com o advento da virtualização, esse trabalho ficou menos oneroso, mas ainda assim o técnico ainda era responsável por manualmente criar as máquinas virtuais, instalar o sistema operacional e os serviços. Mesmo utilizando templates, ainda havia algum trabalho manual e repetitivo a fazer.

As melhores práticas hoje indicam o uso de ferramentas que viabilizam a automatização de quase todo processo de entrega de um novo serviço, ou seja, hoje é possível criar o servidor, instalar os pacotes, configurar os serviços, requisitar e configurar um nome para o serviço de DNS, colocar no backup, adicionar no monitoramento, configurar a VLAN correta, solicitar as regras específicas de firewall , se registrar no balanceamento de carga e até mesmo enviar e-mail para o responsável técnico avisando quando todo esse processo automático finalizar. Todo processo iniciado com o pressionar de um botão.

Robôs virtuais, fazendo o trabalho manual e repetitivo.

Assim como o artesão viu seu trabalho manual ser substituído por máquinas, os técnicos de TI estão vendo seu trabalho braçal ser realizado por ferramentas de automatização. A cultura DevOps viabilizou um terreno fértil no campo das ideias e processos para que essa mudança fosse possível, pois não é somente de ferramentas que consiste uma mudança de paradigma, certo?

Mudanças de paradigmas normalmente são traumáticas e demoraram algum tempo para se popularizar, e mesmo para área de Tecnologia da Informação, que é conhecida por sua propensão a inovação, isso não é diferente.

A cultura DevOps tem como mote principal a entrega de valor, que as equipes de desenvolvimento e infraestrutura trabalhem juntas para entregar o produto. Perceba que para trabalhar junto não necessariamente indica que os desenvolvedores devem fazer o trabalho que antes era de infraestrutura e vice-versa. Estamos falando aqui de colaboração, onde ambas subáreas entendem o processo de entrega de serviço como um todo, mas tem seus papéis bem definidos.

Com a derrubada do muro imaginário que existia entre desenvolvedores e infraestrutura, ambos puderam usufruir do melhor que cada área tinham a acrescentar para a outra. Os desenvolvedores puderam ter acesso a provisionar infraestruturas de forma rápida, estável e segura. Os operadores de infraestrutura puderam ter acesso as melhores práticas de desenvolvimento para que ferramentas de provisionamento, gerência de configuração e afins pudessem ser ofertadas como solução para seus trabalhos repetitivos, ou seja, para aqueles trabalhos que fazer de forma artesanal não traziam nenhuma melhora no valor, apenas impactavam negativamente no seu tempo de entrega.

Os trabalhos manuais ainda serão necessários, porém bem menos frequentes.

Os trabalhos artesanais dependem da atenção, disposição, tempo, humor e habilidade dos artesãos de TI, hoje podem ser feitos de forma automática, altamente parametrizada e até mesmo específica, caso necessário, por softwares de gerenciamento de configuração, provisionamento e afins.

Esses trabalhos não automatizados agora normalmente se restringem, ou deveriam se restringir, a atividades que demandam um cuidado maior, onde a execução manual de fato agrega valor ao produto.

Assim como no caso dos trabalhadores braçais, que no passado eram obrigados a levantar enormes peças pesadas para construir produtos, os técnicos de TI eram forçados a fazer trabalhos repetitivos por falta de uma tecnologia que pudessem lhes auxiliar.

Atenção técnico de infraestrutura! Do mesmo modo, como alguns profissionais braçais se queixavam das máquinas como vetor da falta de emprego, é necessário que os técnicos de TI façam uma autoavaliação do seu trabalho atual e percebam o quão repetitivo e pouco produtivo é seu dia a dia, caso você se encaixe como um artesão para todas as tarefas, talvez o processo industrial na área de gerência de servidores possa tirar seu sono no futuro, sendo assim fica aqui meu conselho: "Estude sobre as novidades do DevOps e caso ainda não saiba desenvolver código, corra, pois em pouco tempo seu chefe lhe cobrará a escrita de um módulo puppet ou receita chef para criação daquele servidor novo que antes você levava quase um dia inteiro para entregar".

Fonte: http://pt.slideshare.net/randybias/architectures-for-open-and-scalable-clouds

Quer ficar antenado sobre notícias acerca essa nova cultura DevOps? Não deixe de visitar sempre (ou assinar o feed) desse site: http://devops-br.org/

Este artigo foi publicado originalmente no blog do autor

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