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O governo do meu dinheiro

Por Cesar Brod

Data de Publicação: 16 de Março de 2010

Gosto do Lula, vou votar na Dilma, mas não tenho fé nenhuma no governo controlando meu dinheiro. A quarta parte do meu esforço fica com os cofres públicos, uma coisa imposta e extremamente desagradável. Bem que eu queria dizer o contrário, que estou feliz com a qualidade das estradas, com o atendimento hospitalar público, com minha segurança. Entrego meu dinheiro ao governo porque é imposto mesmo. Fosse facultativo, eu faria um uso muito melhor dele.

A toda a vez que fico na fila de atendimento de um serviço público qualquer fico somando as horas que perco e multiplicando pelo valor que eu estaria ganhando se estivesse fazendo algo produtivo para algum cliente. Para ser atendido por um órgão do governo eu deixo de ser produtivo por horas. Perco dinheiro e o governo também, pois deixa de ganhar os 25% do que eu ganharia. Só esta já seria uma boa razão para que os serviços públicos funcionassem bem, mas a lógica é torta.

Quem tem tempo para filas é quem já está aposentado. Aqueles com os quais o governo só gasta dinheiro, não ganha mais. Nada mais justo. Afinal, os pobres velhinhos já foram sugados o suficiente durante sua vida produtiva. Como recompensa, para eles a fila é menor. Têm atendimento prioritário e diferenciado em muitas filas. Isto vale para os que têm saúde, claro. Os que não têm amargam em filas para ter um atendimento, por mínimo que seja, de saúde. Aliás, quanto maior a gravidade do problema de saúde, maior a fila.

A lógica é torta mesmo. Velhos com saúde e tempo são atendidos com prioridade nas filas dos bancos públicos e velhos sem saúde morrem nas filas à espera de um atendimento. Adultos produtivos, jovens e saudáveis amargam em filas de serviços públicos enquanto poderiam estar ganhando dinheiro para deixar 25% ao governo. Fico imaginando se nós todos deixássemos de pagar impostos e usássemos os 25% para pagar uma consulta na rede particular de saúde para os velhinhos que madrugam em filas do Brasil inteiro. Mas não há como deixar de pagar impostos. São impostos.

Mas dá pra falar a respeito. Afinal, as eleições estão chegando e não podemos ser apáticos e seguir aceitando imposições daqueles que, afinal de contas, são eleitos por nós.

Sobre o autor

Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.

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