você está aqui: Home  → Coluna do Cesar Brod

De acordo com as Leis 12.965/2014 e 13.709/2018, que regulam o uso da Internet e o tratamento de dados pessoais no Brasil, ao me inscrever na newsletter do portal DICAS-L, autorizo o envio de notificações por e-mail ou outros meios e declaro estar ciente e concordar com seus Termos de Uso e Política de Privacidade.


Portais Corporativos 17 - Business Intelligence

Por Cesar Brod

Data de Publicação: 05 de Dezembro de 2007

Uma série de coisas que vimos até agora já mostraram o valor do portal web de uma empresa na obtenção de informação relevante que é gerada por várias fontes.

  1. Microformatos podem ajudar na exposição de informações em um padrão que pode ser capturado por outras ferramentas que, por exemplo, podem mostrar a localização de nossa empresa em um mapa ou disponibilizar cartões de visita virtuais dos executivos da empresa. Um mapa de nosso portal (sitemap) pode auxiliar as ferramentas de busca a melhor indexar a nossa informação, posicionando-nos melhor na exibição de seus resultados (ver Portais Corporativos 16).

  2. Metadados, tags, etiquetas, podem facilitar a classificação da informação, permitindo uma melhor significância nos resultados de uma busca. Imagine uma informação onde uma pessoa coloca a etiqueta cliente, outra coloca a etiqueta lucro e outra coloca a etiqueta potencial. Um executivo analisando a base de dados certamente achará esta informação relevante para o planejamento estratégico da empresa (ver Portais Corporativos 15);

  3. A disponibilização de ferramentas na intranet da empresa torna-se fonte de informações que serve tanto para o diagnóstico do clima interno da empresa quanto para a avaliação das relações de negócios com parceiros e clientes (ver Portais Corporativos 10).

A não ser que estejamos falando de uma empresa absolutamente nova, que já nasceu fazendo negócios na web e tenha seu portal muito bem estruturado, é muito comum que suas ações na internet comecem bem depois que uma massa de dados já exista em outros sistemas presentes, como os ERPs (ou sistemas de gestão integrados). Cada vez mais verificamos que a interface usada para o acesso a qualquer sistema da empresa é o browser, o navegador web e sistemas mais modernos de gestão empresarial rodam na intranet das empresas. Falar de Business Intelligence, literalmente a "inteligência do negócio", é falar em dar significado estratégico à totalidade da massa de dados com os quais a empresa trabalha em todos os seus sistemas. Aqui, além de termos a informação devidamente etiquetada e classificada, temos que descobrir correlações, muitas vezes não tão aparentes, entre elas, de forma que sirvam no apoio às decisões tomadas pelos executivos da empresa.

Um dos recursos para Business Intelligence é o Data Mining, mineração de dados. Com uma massa muito grande de dados, é possível começar a executar uma série de análises que nos mostrem a forma como eles se relacionam, apontando tendências de mercado e comportamento de grupos. Quando eu trabalhava na Tandem Computers, em meados dos anos 90, assisti a apresentação de um sistema de basket analysis utilizado pela cadeia de supermercados Pick'n'Pay da África do Sul. Este sistema coletava a totalidade dos itens comprados pelos clientes que usavam o cartão de compras do próprio supermercado. Desta forma, era possível saber quem comprou o que em qualquer momento. Com uma série de análises, o sistema apontou que homens entre 20 e 30 anos compravam, com a proximidade do final de semana, conjuntamente, fraldas e cerveja. Assim, o supermercado passou a aproximar as prateleiras de fraldas e cerveja e começou a trabalhar promoções conjuntas dos dois itens, intensificando este perfil de compra que haviam descoberto. Ao pesquisar por esta história na web vi que hoje ela é considerada uma lenda urbana, ainda que seja um bom exemplo do tipo de correlação que pode existir quando são analisados grandes volumes de dados -- mas eu garanto que é verdade!

Instituições financeiras usam sistemas de mineração de dados para estabelecer fatores de risco na concessão de empréstimos, corretores alimentam sistemas com o comportamento das ações na bolsa, índices econômicos e uma série de outros fatores de mercado para saber o melhor momento de comprar ou vender ações. Se você já comprou alguma coisa através da web, deve ter notado que a cada item que compra você recebe uma sugestão sobre o que mais poderia comprar. Esta sugestão é baseada no perfil estatístico do conjunto de pessoas que também compram na mesma loja.

No artigo da semana passada falamos sobre a análise das palavras-chave através das quais os visitantes chegam ao portal da sua empresa. Este é apenas um de muitos elementos que podem ser usados para avaliar o comportamento e atrair o tipo certo de visitantes, aqueles que podem tornar-se clientes em potencial. Caso seu portal tenha também um ambiente de vendas, é importante que seu provedor de hospedagem consiga extrair informações que possam auxiliá-lo a aumentar ainda mais suas vendas. Para um outro exemplo de como um grande volume de dados pode transformar-se em informação estratégica, recomendo o artigo do Techbits que explora o fato do Orkut ser o maior sistema de gestão de relacionamento do Brasil.

Para terminar esta série adicional de artigos sobre portais corporativos, deixo mais alguns links para os que quiserem um aprofundamento nos assuntos abordados recentemente:

Mais um abraço pra Wanda Lucia Schmidt! Espero que tenhas gostado desta nova série!

Sobre o autor

Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.

Mais sobre o Cesar Brod: [ Linkedin ] | [ Twitter ] | [ Tumblr ].

Veja a relação completa dos artigos de Cesar Brod