De acordo com as Leis 12.965/2014 e 13.709/2018, que regulam o uso da Internet e o tratamento de dados pessoais no Brasil, ao me inscrever na newsletter do portal DICAS-L, autorizo o envio de notificações por e-mail ou outros meios e declaro estar ciente e concordar com seus Termos de Uso e Política de Privacidade.
Javascript, e a batalha pela hegemonia
Colaboração: Miguel Galves
Data de Publicação: 03 de September de 2008
Há algum tempo atrás, eu escrevi aqui sobre a nova especificação do Javascript,
oficialmente conhecida como ECMAScript 4.0. Esta versão pretendia modernizar a
linguagem, que estava congelada desde 1999 na versão 3.0 (também conhecida como
Javascript 1.5). Na semana passada, esta versão foi oficialmente abandonada:
o motivo foi uma longa batalha, que colocou em campos opostos alguns grandes
players da internet mundial.
Entre as empresas que apoiavam a versão 4.0, estavam Google, Mozilla (que
inclusive criou o projeto Tamarin, cujo objetivo foi criar uma implementação de
um engine JS 100% compatível com esta nova especificação), e Adobe. Esta última
tinha um interesse especial nesta nova especificação, já que internamente,
seus engenheiros chamavam a nova versão de ActionScript 3.0.
ActionScript é, como todos sabem, a linguagem utilizada para desenvolver
programas em Flash, tecnologia amplamente adotada na Internet. A Adobe tinha
como planos fazer com que a nova especificação de Javascript fosse compatível
com a sua própria linguagem de script. Conseguiria assim dois feitos:
primeiro, rebateria as críticas daqueles que a acusavam de querer tornar
a web um mundo proprietário. Segundo (e talvez o feito mais importante),
unificaria as duas mais populares tecnologias das duas tecnologias da
Internet moderna: Flash e a linguagem que se tornou o pilar básico do AJAX
e por consequência da tão falada Web 2.0.
Do outro lado desta batalha, estava nada menos do que a poderosa Microsoft,
que luta para se firmar como uma empresa com um real poder de fogo e de
influência sobre a grande rede mundial. Oficialmente, o argumento é de que
a nova especificação representa uma evolução muito radical em relação à
versão anterior, e que o melhor seria focar em desenvolver uma versão 3.1
inicialmente, e depois trabalhar em uma versão mais modesta da especificação
4.0. Devo dizer que concordo com a opinião de que a nova especificação era
muito complexa, introduzindo uma quantidade bastante grande de conceitos e
palavras chaves.
Mas a realidade é que a Microsoft, representada por Allen Wirfs-Brock, não
quer ver uma outra empresa impor sua tecnologia como standard da Internet. E
por enquanto conseguiu, como mostra o este trecho do comunicado oficial de
Breidan Eich, membro do comitê executivo para definição da ECMAScript:
- Focus work on ES3.1 with full collaboration of all parties, and target two interoperable implementations by early next year.
- Collaborate on the next step beyond ES3.1, which will include syntactic extensions but which will be more modest than ES4 in both semantic and syntactic innovation.
- Some ES4 proposals have been deemed unsound for the Web, and are off the table for good: packages, namespaces and early binding. This conclusion is key to Harmony.
- Other goals and ideas from ES4 are being rephrased to keep consensus in the committee; these include a notion of classes based on existing ES3 concepts combined with proposed ES3.1 extensions.
Texto original em Log4Dev
Miguel Galves é autor e editor do blog Log4Dev. Procurando emprego 2.0? Conheça o Job4Dev