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Dicas para uma boa migração de Windows para Linux
Colaboração: Vitor Micillo Junior
Data de Publicação: 10 de Setembro de 2007
1. Conheça bem as necessidades da migração e seus impactos
Não adianta comparar as facilidades de uso de um técnico em informática com
as habilidades de um usuário leigo ou iniciante. A maioria das pessoas é
acomodada ao seu ambiente e se sente segura operando o que todos já sabem
operar e pouco pretendem fazer para aprofundar seu relacionamento com os
aplicativos. Desta forma, jamais devemos julgar os outros baseados em nossa
capacidade de adaptação.
Ao oferecer a substituição de um aplicativo fechado por outro de Código
Aberto saiba expor aos usuários o que ele esta adquirindo, principalmente o
conhecimento ao poder dominar uma nova ferramenta que em sua essência é igual à
outra e o torna mais competitivo no mercado de trabalho. (Geralmente será tão
igual, quanto simples for o uso das funções na ferramenta fechada). Defina
em cima do trabalho que é efetuado que a mudança não será de conteúdo ou
funcionalidade, mas apenas de estética. Demonstre na prática e não fique no
universo das idéias com única forma teórica.
Mas cuidado, lembrando que o usuário se sente seguro em estéticas de uso
comum, não espere que ele se sinta confortável com a mudança de um simples
botão de posição ou disposto a ouvir horas de palestra, deve-se equilibrar
o treinamento conquistando o usuário em vez de obrigá-lo.
Da mesma forma que existe muita amizade no mundo do software livre, existe um
fuxico em torno de usar algo que é grátis e por conseqüência deficiente. Se
a escolha do aplicativo for incorreta, em vez de ajudar ao software livre,
estaremos colaborando para aumentar o fuxico.
Lembre-se então de que as necessidades devem ser completamente levantadas. Vão
de formulas necessárias, passando por cores e chegando a personalizações de
assinaturas ou configurações pré-estabelecidas. Quanto maior a liberdade do
usuário, maior é a sua configuração pessoal dos aplicativos de trabalho.
Tenha extremo cuidado com os sites em flash e que utilizem java. Alguns bancos
possuem uma ligação antiga com o Internet Explore e podem não funcionar com
o Firefox. A melhor forma de verificar esta compatibilidade é com testes,
colocando o usuário para utilizar o computador de teste e reportar as
dificuldades. Preste atenção em todas elas, mesmo se forem exclusivamente
estéticas. Nenhum ponto deve escapar a um olhar crítico. Nenhuma tecnologia
deve ser ignorada ou tampada com a peneira.
No final o que todos querem é um serviço simples, feito de forma rápida e
que não deixe a produtividade cair. Na maioria das empresas, produtividade,
desempenho e estabilidade são palavras que além de teóricas devem ser postas
a prova todos os dias.
Prepara-se para planejar instalações em fins de semana. Períodos de testes. Ou
até mesmo uma reestruturação do plano original. Esqueça aquela frase: usei
em casa e deu certo. E lembre-se que a empresa pode ser um bom incentivo
para o linux adentrar a casa dos empregados de um empresa.
2. Conheça bem o usuário e o seu ambiente de trabalho.
Além das necessidades das configurações especificas e da forma de utilização
da ferramenta, devemos conhecer o perfil do usuário e do ambiente em que
estamos querendo migrar. Lembrando que somos a referência do processo e o
suporte que todos devem confiar. Se você for uma pessoa pouco sociável ou
incapaz de lidar com o publico, a sua migração sofre alto risco de não ir
adiante e pior, regredir e servir de munição aos exemplos negativos.
Usuário precisa de conforto, atenção e respeito. Mesmo que não tenha feito
nenhum curso de informática, ele sempre se baseará no passado de vantagens para
culpar os erros do presente. Algumas vezes, ou na maioria delas, estes erros
são exagerados, mas sempre utilizados para culpar algo do trabalho mal feito.
*É o famoso passar adiante a batata quente.*
Muitos técnicos e analistas de suporte não querem esta batata quente. E
abandonam o usuário a própria sorte.
A melhor solução é estar sempre ao lado do usuário nas primeiras
semanas. Responder com atenção e paciência sobre as modificações
realizadas. Incentive sempre e jamais reduza o caso a uma critica contra as
habilidades que deveriam compor aquele usuário de informática. O que estamos
falando é de um marketing pessoal além de suporte.
Mas tenha cuidado para que a migração não cause queda de desempenho ao reduzir
as capacidades do usuário. Trate todos eles como iniciantes e tudo ocorrerá
de melhor forma possível. Eu acho que é mais trabalhoso buscar atender
o usuário com paciência do que configurar um servidor de e-mails. Logo,
pense bem, como contornar esta questão antes de começar a fazer propostas.
Em muitos casos faça comparações. Justifique-se com afirmações simples.
3. Conheça bem os desejos da empresa e dos setores dentro da empresa
Qual a utilidade deste editor de texto dentro do setor de RH de nossa
empresa? Parece um pergunta simples, mas que deve ser analisada bem a fundo,
pois um editor de texto no RH pode ser bem diferente do que é usado pela
secretaria. E, com estas diferenças ocorrendo dentro da empresa, a sua
integração tem que ocorrer em sempre visando o Help Desk continuo nas
primeiras semanas, ou seja, Técnico eu não consigo justificar o meu texto .
Cada aplicativo tem primeiro facilitar e não complicar. Se for semelhante ao
antigo, as dores de cabeça vão ser bem menores. Em caso de grande diferença
faça aos poucos, treine e converse muito com o usuário sobre as vantagens
e os benefícios.
Uma boa iniciativa é testar. Instale em algumas máquinas, as que são
utilizadas com menos freqüência. Analise as duvidas e o desempenho. Gaste tempo
otimizando. Nada melhor do que ouvir do usuário elogios a rapidez e a atenção.
Outro ponto importante: jamais faça de boca a boca ou por
intuição. Documente. Discuta as propostas e estabelece o melhor caminho para
o futuro. Nunca deixe a estrada da evolução fechada. Muito menos com relação
a atualizações e suporte.
Demonstre a importância da equipe. Faça a TI caminhar e impulsionar a missão da
empresa. Parece muito grande o processo? Faça uma divisão em etapas. Verifique
de perto e acompanhe todos os fatores associados a produção e o desempenho.
4. Planeje bem o suporte e a manutenção do sistema
Não basta saber que o linux é bem estável. O usuário e o sistema podem entrar
em conflito de inúmeras maneiras, a ponto de causar uma chamada de suporte
que o técnico jamais imaginou ou leu a respeito.
Tenha um bom plano de suporte em mente. Instale e teste antes. Procure saber
sobre outras tentativas e seus principais problemas. Documente os atendimentos
e suas soluções. Mude até mesmo certas posturas mediante os problemas.
Volto a chamar a atenção: não existe sistema estável. O que existe é um
sistema com um número menor de dores de cabeça.
Outro ponto importante é a evolução e atualização. Certifique-se que todo
o sistema possa ser atualizado de modo a evitar, principalmente, falhas
de segurança. Personalizações em uma instalação requerem atenção especial
na atualização, pois muitas vezes não basta apenas executar o comando. A
atualização pode retirar as travas ou cuidados de uma personalização,
voltando o sistema ao seu estado bruto inicial.
Permita acima de tudo que o futuro não passe despercebido pelo seu sistema
a ponto de torna-se rapidamente passado.
5. Últimas palavras
Uma empresa é um ecossistema de relações humanas e tecnológicas. A humanidade
é instável e com grande tendência a variações de personalidade, desejo e
receios enquanto a tecnologia evolui sobre o controle do elemento 1 ou 0,
muito simples e poderoso.
Qualquer relação entre as relações humanas e a tecnologia deve ser equilibrada
e jamais ignorada. Eu costumo a dizer que uma migração é um trabalho de
planejamento, tanto lógico, tecnológico quanto psicológico.
Vitor Micillo Junior - Analista de Sistema Linux
Créditos: Júlio Cesar -