De acordo com as Leis 12.965/2014 e 13.709/2018, que regulam o uso da Internet e o tratamento de dados pessoais no Brasil, ao me inscrever na newsletter do portal DICAS-L, autorizo o envio de notificações por e-mail ou outros meios e declaro estar ciente e concordar com seus Termos de Uso e Política de Privacidade.
Destino - Túnis
Colaboração: Rafael Evangelista
Data de Publicação: 17 de Maio de 2005
Movimentos pela inclusão digital procuram influenciar governos latino-americanos que vão à Tunísia para resistir ao monopólio do software
Há tempos as grandes empresas de tecnologia já sabem disso: a
disseminação das tecnologias de informação e comunicação pode ser
democratizadora, mas também pode significar negócios altamente
lucrativos. De olho em potenciais novos mercados, elas escalam seus
maiores lobistas para pressionar governos e agências internacionais a
utilizarem de seus produtos para a pretexto de vencer a inadmissível
exclusão digital. A Cúpula Mundial sobre Sociedade da Informação, evento
realizado pela Organização da Nações Unidas (ONU), é um desses locais de
pressão.
Essa pressão já foi sentida na reunião preparatória da América Latina e
Caribe, que aconteceu entre 4 e 6 de maio, no Equador, e deve se repetir
na Conferência Regional sobre Sociedade da Informação, que acontece no
Rio de Janeiro entre 8 e 10 de junho.
Na reunião do Equador, o Brasil, apoiado por Argentina, Chile, Uruguai e
República Dominicana, defendeu que fosse preparado um inventário
regional sobre experiências de uso de software livre e de código aberto
a ser levado para a Conferência Mundial sobre Sociedade da Informação,
na Tunísia, que acontece em novembro. Os delegados do México, El
Salvador e Equador pediram pela inclusão do software proprietário nesse
trabalho, dizendo serem favoráveis a uma política de "neutralidade
tecnológica".
De acordo com Paulo Lima, da Rede de Informações para o Terceiro Setor
(Rits), o delegado representante do Equador, um dos opositores da
proposta brasileira, era, até pouco tempo, integrante de uma banca de
advogados que trabalhava para a Microsoft. "O debate, que era somente
sobre a formação de um grupo de trabalho que geraria estudos e um
inventário de iniciativas, demonstrou o quanto estão algumas delegações
articuladas com a defesa do software proprietário. Essa defesa, assim
como a resistência a criação de compromissos regionais "vinculantes",
que inviabilizariam os acordos de livre comércio diretamente assinados
com os Estados Unidos, vem marcando as negociações", afirma Paulo Lima.
A Cúpula, em si, não tem o poder de impor regras a nenhum dos países que
dela participam. Porém, acordos multilaterais costumam sair desses
encontros, que são parte importante do xadrez político internacional. A
Rio-92, por exemplo, foi um encontro de natureza semelhante, voltado
para o setor ambiental, e nela foram assinados acordos como a Convenção
de Diversidade Biológica (CDB).
Atuação necessária
Para vencer a pressão das empresas e dar suporte aos delegados de certos
países, os movimentos sociais ligados à área de Tecnologia da Informação
estão se organizando para atuar de forma maciça tanto no encontro do Rio
de Janeiro como na Tunísia. Entre 25 e 26 de abril, foi realizado um
seminário preparatório com membros da sociedade civil que teve por
objetivo informar sobre a conferência regional e mundial e convidar a
sociedade civil à participação. No seminário, foi aprovada uma carta
endereçada ao ministro das relações exteriores, Celso Amorim. O
documento, entre outros, pede maior apoio e infra-estrutura para a
participação dos movimentos sociais e uma prorrogação do prazo para a
inscrição - ironicamente, o site oficial apresentou problemas técnicos
A participação da sociedade civil na Cúpula acontece de forma oblíqua.
Representantes do movimento social podem integrar as delegações se
convidados pelos governos de seus países - votando como representantes
de tais - mas entidades independentes só podem participar como
observadores ou nas atividades paralelas à cúpula, organizadas pelos
próprios movimentos da sociedade civil.
A Conferência Regional, que acontecerá no Rio de Janeiro, é também uma
reunião preparatória para a Cúpula Mundial, em novembro. Esta, por sua
vez, marca a segunda e última fase de um processo que se iniciou com a
Cúpula Mundial de Genebra, que aconteceu em 2003. De acordo com os
organizadores, na reunião da Tunísia, será revista a implementação do
Plano de Ação, acertado em 2003, e serão elencados novos objetivos a
serem atingidos pelos países até 2015.
Inutilidades
Colaboração: Carlos Wagner
Em http://www.quizland.com/hiero.mv você coloca o nome
em um form e o site traduz para hieroglifos egipcios.
Pode até criar um alfabeto e gravá-los como imagem.