Política e linguagem nos debates sobre o software livre
Colaboração: Rafael Evangelista
Data de Publicação: 26 de Agosto de 2005
Politica e linguagem nos debates sobre o software livre
Esta dissertação procura refletir discursivamente sobre os
debates que tratam das vantagens e desvantagens da adoção
de sistemas livres em computadores (software livre). A
partir de uma concepção que considera que o acontecimento
de linguagem é um acontecimento político, procura-se
entender como e onde o político inscreve-se nesse debate.
São objeto de análise nesse trabalho as licenças de
software (proprietário e livre); artigos, entrevistas
e notícias; e Projetos de Lei que postulam a adoção
prioritária de sistemas livres em órgãos governamentais. É
também estabelecida uma reflexão sobre o uso de certos
termos e nomes (GNU/Linux, software livre) e não outros
(Linux, código aberto) na referência aos objetos do debate
e, para isso, investiga-se a história dos sentidos a eles
atribuídos. Toda a investigação foi realizada a partir
de textos, sejam eles licenças de software, documentos,
artigos e entrevistas publicadas na imprensa.
Como resultado, verificou-se que as licenças livres, em lugar de serem
simples documentos que estipulam o que não pode e o que pode ser feito
com o código de um programa, na verdade são textos que questionam uma
certa ordem social, mais especificamente a distinção entre produtores e
consumidores de software. Nesse sentido, o movimento código aberto, ao
se colocar como uma alternativa menos politizada ao movimento software
livre, neutraliza seus questionamentos fundamentais.
Também verificou-se que, ao ser incorporado por
políticos e legisladores de países subdesenvolvidos que
pretendem adotar o GNU/Linux como de uso preferencial na
administração pública, o debate sobre o software livre é
chave para se entender idéias como autonomia tecnológica,
desenvolvimento, atraso e dependência de outros países.
Consulte a tese na íntegra