Domínio Público Congelado - Como sair dessa cilada?

Por Bruno Buys

Data de Publicação: 22 de Julho de 2010

Fabrício Zuardi, Mark Surman e Brett Gaylor falaram sobre o problema do ataque ao domínio público de maneira muito criativa, franca e aberta. Quase como uma discussão entre amigos, onde a platéia pôde participar bastante. Não fosse pelo pouco tempo que restou para perguntas, teria havido mais interação ainda.

Zuardi abriu a discussão, mostrando o filme "RIP, a remix manifesto", dirigido por Brett Gaylor e introduziu o assunto, explicando que as atuais leis de direito autoral protegem obras por um prazo muito além do razoável. Exemplo clássico é o rato Mickey Mouse, da Disney, que deveria ter caído em domínio público há muitos anos atrás, mas ainda pertence à Disney, graças a manipulaçõoes jurídicas.

Brett tomou a palavra para explicar como e porque fez seu filme.

"RIP..." é um filme sobre a cultura do remix, sobre cópia, sobre uso e compartilhamento. O filme utiliza pequenos (bem, nem tão pequenos assim...) trechos de outras obras, forçando ao máximo o entendimento de "fair trading", ou seja, uso justo de uma obra, para explicar e demonstrar seu argumento. Brett explicou ainda que o seu país, Canadá, passa por um processo semelhante ao Brasil, onde a lei sobre direitos autorais está sendo reescrita.

Mark Surman, perguntado sobre os recentes ataques dos grupos defensores do Copyright tradicionais - como o Ascap -, comentou que eles demonstram como o movimento do software livre e movimentos culturais de compartilhamento estão realmente ganhando força e modificando a mentalidade do público consumidor e da indústria. "Nada disso seria concebível, há 15 anos atrás: um evento como este aqui, o Fisl, que congrega tantas pessoas de diferentes setores da sociedade, em torno da idéia de compartilhamento e liberdade". Para saber mais sobre "RIP, a remix manifesto": http://films.nfb.ca/rip-a-remix-manifesto. O filme tem 86 minutos e pode ser assistido inteiramente pela web.

da esq para a dir: Fabricio Zuardi, Mark Surman (Mozilla Foundation) e Brett Gaylor.