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Mentoring e a formação da próxima geração

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 14 de Outubro de 2011

Alguns conceitos ganham relevância, sem que sejam devidamente compreendidos. Mentoring é um desses.

Tratando dessa questão, Scott Snair, Professor universitário, consultor, palestrante, coloca a seguinte questão: "Por que a noção de mentoring caiu em desuso? Será que alguém ainda sabe o que é um mentor?"

Que papel deverá exercer o mentor e qual sua responsabilidade, qual é o papel do orientando e qual deve ser seu comprometimento?

Como escolher o mentor e o orientando?

Quem escolhe quem e por quê?

Voltemos no tempo para encontrar Homero, no século VIII a.C, escrevendo as duas grandes epopéias da antiguidade na Grécia: A Ilíada e a Odisséia.

Em suas narrativas vamos encontrar Mentor. Velho amigo e conselheiro, alguns dirão fiel escravo, do herói Odisseu, o qual entre nós é mais conhecido como Ulisses.

Conta Homero que Ulisses, rei de Ítaca, ao partir para a Guerra de Tróia entrega ao sábio e fiel amigo, Mentor, seu filho Telêmaco, para que fosse orientado e educado.

Terminada a guerra, Ulisses não conseguiu voltar imediatamente à sua casa. Telêmaco via, desesperado, a dilapidação do patrimônio do pai, que consideravam morto, pelos pretendentes de sua mãe, Penélope.

Penélope se esquivava e os confundia, de forma astuta, tecendo durante o dia um manto prometido ao sogro, desmanchando-o à noite. Prometera escolher um deles para casamento, assim que terminasse o manto.

Para colocar um fim naquela situação, Telêmaco decidiu sair em busca de notícias do pai. Jovem e inexperiente, partiu acompanhado de Mentor, que lhe dava suporte, orientação, inspirava, encorajava em seus objetivos e consolidava sua educação.

Note que Mentor educa Telêmaco, auxilia na formação do seu caráter, na descoberta e entendimento de seus valores e no desenvolvimento de sua sabedoria.

A própria Palas Atenas ou Atena, a deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da estratégia, das artes, da justiça e da habilidade, em determinados momentos, assumia a forma de Mentor para iluminar os caminhos de Telêmaco e contribuir na sua formação. No final da jornada, o jovem estava pronto para tomar suas decisões de forma independente.

Ora, e Ulisses e Penélope, terminaram juntos ou não?

Bom, é uma longa história. Recomendo a leitura das obras de Homero e não serei o desmancha prazeres contando como foram as aventuras e o romance.

Podemos encontrar o significado de mentor como: orientador de um jovem, autor intelectual, responsável pela idealização ou planejamento de uma ação, onde a execução influencia o comportamento de outras pessoas.

O mentor tem o compromisso de oferecer mais do que orientação para desenvolvimento no início da carreira.

O mentor precisa assumir seu interesse pelo orientando, oferecendo aconselhamento, compartilhando experiências e segredos da profissão para que este tenha diferenciais competitivos. O sucesso, nesse caso, não é individual, mas compartilhado, ainda que a futura recompensa financeira não lhe alcance.

Mentores, pessoas que adquiriram senioridade, liderança e reconhecimento profissional, colocam sob orientação jovens que no futuro serão líderes ou comandantes, substituindo-os ou não.

Nesse conceito estão aqueles que denominamos nossos backups, e que assumirão nossas funções para que possamos seguir com nossas carreiras.

Você que tem equipe sob a sua batuta deve refletir sobre os seguintes aspectos:

Qual é a sua disponibilidade e a sua disposição para o mentoring?
Quem mais da sua equipe poderia ser mentor?
Quem é o mentor ideal para cada posição, evitando atropelos no futuro?
Quem deve ser selecionado como orientando?
Quem está interessado na sua orientação?
Quem lucrará mais com sua ação de mentoring: você ou seu orientando?

A propósito, falando em orientação, quem é seu mentor?

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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