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Influências dos modelos mentais no sucesso e fracasso empresarial

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 09 de Maio de 2011

Imaginar modelos mentais não é difícil, entender como se formam e explicá-los definitivamente é um processo complexo.

Os modelos que desenvolvemos e se consolidam em nossas mentes vêm de informações que nos são passadas na infância, no desenrolar de nossas vidas, e de experimentos que vivenciamos.

A ficção, por anos a fio, nos tem dito que os marcianos são extraterrestres verdes, vindos do planeta vermelho, portanto se dermos a um grupo de pessoas folhas , lápis de cor e pedirmos para que os desenhem teremos homenzinhos, homens altos, com antenas, sem antenas , mas a maioria os pintará verdes. Aquele que se atrever pintá-los amarelos certamente causará espanto e provocará uma série de questionamentos .

Marcianos amarelos fazem parte de nossos modelos mentais? Acredito que para a maioria das pessoas não.

Coloque pintores numa sala, de forma que não possam se comunicar, de frente para uma janela com visitas para uma montanha, e peça que a retratem. Findo o trabalho verá que um quadro será completamente diferente do outro, não pelo que viram , mas pelo que experimentaram, sentiram, perceberam, conexões mentais que fizeram, concluíram.

Esses modelos podem ser analisados desde situações inocentes como a dos extraterrestres, às questões mais complexas como recordes nos esportes a serem batidos ou transações comerciais a serem feitas.

Quantas vezes você presenciou pessoas resistindo em fazer uma ligação telefônica para falar com alguma empresa, marcar uma visita, achando que não dará certo? Também, certamente, já viu o inverso, pessoas que pelas recusas poderiam ter desistido, continuarem a insistir como se a palavra " não", sobre elas, não tivesse o menor efeito.

A primeira desenvolveu um modelo mental de desconforto a segunda de possibilidade de superação.

Um grande exemplo disso acontece com os recordes nos esportes. Um recorde pode durar anos, mas uma vez batido será superado seguidamente até a próxima marca, onde pareça imbatível, quando o processo se repetirá.

Isso faz lembrar a história dos besouros, onde as leis da física dizem que estes, por sua constituição, não podem voar, contudo eles não sabem disso e voam.

Uma forma interessante de estudar os modelos mentais é observando a moda das roupas.

Esta, em determinadas épocas, é bastante arrojada em cortes, cores, desenhos. A princípio choca a sociedade, mas rapidamente é aceita, para anos depois, ao nos depararmos com as fotos da época, rirmos e nos perguntarmos como pudemos usar aquilo!

Não quer dizer que todos aceitem e usem os modelitos da época, vamos encontrar pessoas que não absorvem com facilidade as novidades e, na verdade, aumentam a rejeição.

A capacidade de experimentação, absorvendo ou rejeitando posteriormente, nos prepara para conviver com novas idéias, novos conceitos, sucesso e fracasso.

Um aspecto importante nas nossas vidas, que nos ajuda na evolução como pessoas e profissionais, é a disposição de testar e questionar nossos modelos mentais.

Nossas experiências, nossos sucessos e fracassos, nos levam à convicções e crenças que não são necessariamente verdades, portanto testá-las é fundamental para que possamos reafirmá-las ou refutá-las, uma vez que estas guiam nossas decisões.

Você como empresário, como gestor, ajudou no desenvolvimento de uma cultura na empresa, fruto de seus modelos metais, que ao mudarem, ao sofrerem transformações podem entrar em choque com suas idéias, determinações, gerando debates, discussões e conflitos.

Ser bem sucedido em um projeto não depende de se obter unanimidade de conceitos, mas é fundamental que se entenda como estes se formam, e isso está ligado aos nossos modelos mentais.

Estes podem ser parecidos com os de nossos pares na empresa, nunca idênticos, mesmo que a diferença seja uma leve variação no tom do verde do nosso marciano.

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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