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Por que vivemos o paradoxo da farta informação e baixa qualificação?

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 03 de Fevereiro de 2011

Alguém se lembra como era o mundo antes da internet? Interessante, parece que ela sempre existiu!

Você, utilizando a rede com assiduidade e intensidade, não é capaz de imaginar que esse extraordinário recurso está ai há tão pouco tempo e ocupou a vida das pessoas definitivamente.

Das pesquisas escolares às cientificas, tudo passa por consultas à rede. Realmente um novo ambiente, um novo mundo, e virtual. Terceira, quarta, quinta, que dimensão é esta?

Há alguns anos, a informação passava pela aquisição de livros, apostilas e as fotocópias, tão combatidas, além das aulas. Hoje a disponibilidade é fácil e farta. Cresceu em escala geométrica.

Quando você se interessa por algum assunto precisa telefonar para alguém, ir às bibliotecas, pedir material emprestado? Talvez algo específico, recomendado. Para uma primeira abordagem e contato com o assunto basta entrar na rede e fazer uma pesquisa. Encontrará não só informações como opiniões.

Paralelo a esse fato, denominado internet, as pessoas tem mais acesso a cursos técnicos e faculdades. Reúna os dois e estará possibilitando, a estas, condições de uma preparação profissional mais adequada, pelo menos no sentido do aculturamento.

Perícia, destreza, habilidade, capacidade de aplicação dependem de exercício.

É importante separar os conceitos de educação e treinamento. Educação engloba ensinar e aprender e treinamento o desenvolvimento de habilidades pela repetição. Posso perfeitamente saber tudo sobre música, sem que tenha habilidade para tocar um instrumento por não praticá-lo.

Os jovens hoje são mais esclarecidos e desinibidos que os de algumas décadas e têm farta informação. A mobilidade também é grande, muitos dirigem e tem seus próprios veículos. Quando não, utilizam os dos pais e de amigos.

A capacidade de se expressar e os meios para se comunicar são bastante desenvolvidos, então por que enfrentam dificuldades para colocação no mercado de trabalho?

Na opinião de muitos jovens não há vagas, em contraposição as notícias: Sobram vagas e não há qualificação!

Há um nó a ser desatado, não há?

Em um fórum poderíamos debater o que precisa de aprimoramento:

  • A vaga ou o profissional?

  • O entrevistado ou o entrevistador?

Qualidade estabelece uma relação direta com valor. Produtos Premium estabelecem valores Premium.

Temos que lembrar que contratamos serviços e não pessoas. Aquelas com maior potencial para oferecer serviços de qualidade estarão nas empresas onde o conjunto "salários mais benefícios" forem recompensadores. É a lei da oferta e da procura.

Isto ainda não responde a questão: Por que temos farta informação e baixa qualificação?

Sobram informações e faltam informados? Sobram entendidos, falta entendimento?

Excedem as leituras, não há leitores?

A pergunta é simples e deve ser feita por gestores e candidatos: Que oportunidades estão disponíveis, quais as carências a serem supridas, como supri-las e em quanto tempo.

O mercado "aposenta" cedo demais profissionais experientes, ao mesmo tempo que procura "estagiários com experiência".

Essa troca prematura, sem preparar substitutos, leva as empresas à deficiência organizacional que provoca perdas com desperdícios, erros e com oportunidades não observadas e exploradas.

A contratação de profissionais com baixa qualificação, por conta de baixos salários, cria administrações não só precárias como sofríveis.

Lamentavelmente seus gestores não se dão conta do alto custo dessa administração barata!

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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