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Competência em gestão não é conceito, é cultura

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 14 de Janeiro de 2011

Já notou que para algumas pessoas e empresas tudo dá certo, enquanto para outros, por mais esforços que façam, parece que nada se encaixa?

Nesses momentos ouviremos: - Ah, eles têm sorte!

Certamente você leu ou ouviu dizer que sorte é o encontro da oportunidade com a competência.

Poderíamos considerar também que a sorte aparece quando a oportunidade encontra o conhecimento, não?

Diz um amigo que isso é como um conto de fadas: a princesa oportunidade é apresentada ao príncipe conhecimento. Sentem-se atraídos, se casam e distribuem como presente a sorte no reino. Por isso vivem felizes para sempre.

Isso me fez lembrar uma conversa sobre sucesso. A história nos foi contada mais ou menos assim:

Um dia, aborrecidos com os maus resultados, resolvemos fazer uma pesquisa e estudar as razões da enorme sorte de alguns, afinal esta poderia estar ligada à data de nascimento, posição dos astros, cidades e países em que nasceram, horários que se deitam ou acordam, santos que veneram, crenças, padrinhos, enfim a lista é longa.

Apanhamos as trajetórias de vários sortudos e sobre elas nos debruçamos, fazendo comparações, procurando pontos coincidentes.

Depois de horas de estudos, vimos que nada "batia". Percebemos que o músico praticava doze horas por dia, o jogador de futebol ficava sozinho, depois do treino, repetindo mil cobranças de faltas, o jogador de basquete fazia milhares de arremessos, o atleta corria todos os dias quinze quilômetros de madrugada, o poeta estudava e escrevia durante horas e viviam batendo em portas para conseguir um apoio, o pintor quase não comia para comprar as tintas que consumia em um ritmo frenético, e assim as histórias se repetiam.

O único ponto comum é que foram vistos, seus talentos percebidos e valorizados.

Ainda não contentes, resolvemos entrevistá-los. Descobrimos que fatos como esses ocorrem muitas vezes, mas poucos foram valorizados nos primeiros encontros. Alguns até pensaram em desistir, mas a paixão pelo que fazem é que os impediu.

Refletimos um pouco mais: O sucesso poderia ser devido à técnica que usavam.

Horas de observações e estudos, então concluímos que também não fazia sentido.

Em nossas empresas tentamos todas as técnicas que nos recomendaram, algumas até geraram resultados, mas logo foram abandonadas.

Quando as equipes conseguiam avanços a implantação era demorada e conflituosa, por fim ocorria a solução da continuidade. De modo geral não havia grande envolvimento das pessoas com as novidades.

Observamos que esse fato era muito comum nos poucos cursos e seminários que participamos, achando exagerado o entusiasmo de algumas pessoas com os novos conceitos.

Por essa razão resolvemos fazer algumas visitas e começamos a notar que nessas empresas os fatos formavam um paralelo com as histórias de vida que pesquisamos: Muito estudo, dedicação e trabalho.

O ambiente se mostrou diferente do que temos nossas organizações. As pessoas não só dominavam os assuntos, mas os consideram fáceis de serem tratados e implantados.

A primeira reação foi imaginar que estavam há muito tempo envolvidos com as questões. Para nossa surpresa começaram os projetos há pouco tempo, fato que nos deixou intrigados.

Ao especular sobre várias técnicas percebemos que estas não eram apenas do conhecimento dos seus principais gestores, mas também dos demais colaboradores. Algumas foram implantadas com sucesso e rapidamente.

Nesse momento uma luz se acendeu e entendemos que competência em gestão não é conceito, é cultura.

Esse é o fator que construiu as histórias de sucesso que estivemos estudando.

Nossa missão agora mudou, o segredo foi revelado: Temos que criar e desenvolver esse ambiente em nossas organizações para ter sucesso.

Realmente temos que concordar com o que nos foi relatado, e você como vê essa questão na sua empresa?

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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