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Uma silenciosa catástrofe para a humanidade

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 04 de Dezembro de 2009

Um título assustador não, um fato que vai nos cobrar um alto preço se não nos dermos conta do problema e algo não puder ser feito a tempo.

Poucos se importarão com este artigo, mesmo no meio científico o alarme ainda não disparou.

Há profissionais trabalhando nessa questão, em algumas partes do mundo, mas qual o caráter de urgência?

Quando, numa conversa com amigos, fiz esta introdução, começou aquela pressão :- Fala logo, chega de segredos!

Simplesmente as abelhas estão desaparecendo no mundo todo.

A dificuldade maior para descoberta dos motivos da mortandade é que elas desaparecem, não morrem nas colméias.

Os apicultores se são conta do problema à medida que notam que a quantidade de abelhas, nos caixotes, vai diminuindo.

Há especulações para esse fato como a monocultura, que não permite que as abelhas tenham melhores formas de se alimentar, os agratóxicos, o aparecimento de um vírus como HIV, e mais uma série de opiniões.

Estudos mostram que as abelhas estão cada vez mais debilitadas e, muitas, não digerem adequadamente os alimentos.

Os Estados Unidos andaram importando abelhas da Austrália ou Nova Zelândia, pois tiveram um brutal prejuízo e os apicultores não acreditam que possam agüentar uma nova onda de perdas.

Já há regiões na China onde as abelhas simplesmente desapareceram e a polinização é feita pelo homem.

Trata-se o polem, manualmente, e depois os trabalhadores, com um pequeno bastão, com penas nas pontas, transferem esse polem, flor por flor. Dá para imaginar a loucura que é isso?

Um homem poliniza 30 árvores, enquanto uma abelha três milhões. Uma pequena diferença!

Sem polinização podemos dar adeus aos frutos?

Isso significa algo preocupante?

Simplesmente dois terços dos alimentos no mundo podem desaparecer e voltaremos a nos alimentar de raízes?

Em um documentário sobre o assunto um especialista dizia: "As pessoas não se preocupam porque estamos falando apenas de mais um inseto".

No meio daquela conversa com os amigos, me perguntaram: -Lembra dos sítios de laranja que você visitou?.

Claro que me lembro, afinal é uma das imagens mais bonitas que se pode ter: "Um pomar de laranjas florido".

Vem a bomba: -Não existem mais, as árvores foram todas arrancadas e hoje no lugar só existe plantação de cana.

Quem já andou entre pés de laranja florido sabe da importância das flores para as abelhas e das abelhas para as flores.

Desaparecendo as flores, diminuem as abelhas, e colocamos em risco todo um sistema, mas quem liga? São laranjas, flores e insetos.

No próximo lanche que fizer, no lugar do suco de laranja, poderá pedir para acompanhar o seu hambúrguer algum tipo de etanol ou metanol.

Neste momento, em algum lugar, cientistas trabalham para entender o que está acontecendo com as abelhas e em Embaúba, próximo a Catanduva, nosso querido Dito Bertati, ainda resiste teimosa e bravamente, com seu pomar de laranjas, tentando se manter vivo entre pés de cana.

Quem se importa, são só abelhas e uma vida de trabalho desse extraordinário homem que carinhosamente chamo de "Velho Caboclo "!

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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