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Crônicas da Latinoware 2009 - Parte 1

Por Cesar Brod

Data de Publicação: 03 de Novembro de 2009

Em muitas ocasiões durante a Latinoware 2009 pude agradecer aos amigos que, mesmo com um aviso de pouquíssima antecedência, honraram-nos com sua presença no evento. É claro que em um evento da grandeza da Latinoware, com cerca de 4.000 pessoas circulando por três dias nas dependências do PTI, a possibilidade de alguma coisa dar errado existia. Dez atividades aconteciam simultaneamente, entre palestras, minicursos e encontros. O clima nem sempre colaborou. O espírito de fazer a coisa dar certo, entretanto, baixou em praticamente todos os que vieram à Foz do Iguaçu entre os dias 22 e 24 de outubro de 2009. Há muitas histórias para contar, pessoas para agradecer, coisas que não caberiam em um relatório formal e que, por estarem bem datadas, só caberiam mesmo em uma série de crônicas que atrevo-me a compartilhar com os meus leitores aqui no Dicas-L.

A BrodTec montou acampamento nas instalações do Parque Tecnológico Itaipu logo no dia 19 de outubro, na sala que depois seria usada para a organização do evento, apoio aos palestrantes e, como bem disse minha sócia Joice Käfer, a tudo o que remotamente pudesse dizer respeito à Latinoware. As previsões climáticas para os dias do evento não eram as melhores e decidimos que não utilizaríamos o grande auditório do Cine Teatro Barrageiro, a não ser para a abertura do evento, às 19 horas do primeiro dia. Assim, evitaríamos a circulação muito grande de pessoas entre os espaços, o que certamente teria prejudicado muito o evento em caso de chuvas fortes - que acabaram por acontecer, validando nossa decisão.

O Cine Teatro comporta 800 pessoas sentadas. Calculo que no mínimo umas 1000 pessoas prestigiaram a abertura do evento na qual o governador do Paraná, Roberto Requião, disse "que nos chamem, também, de cachorros loucos, por que aqui estamos transformando ideias em ações. Que cada um de vocês seja um cachorro louco, libertário e inteligente".

As demais atividades que ocorreriam no Cine Teatro Barrageiro foram movidas para o auditório Cesar Lattes, que comporta duzentas pessoas, as deste foram movidas para a sala 1 do bloco 3 do PTI, com suporte a cerca de 120 pessoas e as outras foram distribuídas em salas que variavam em capacidade de 80 a 100 pessoas. Tudo correu bem até a metade do dia 23.

Por um erro na impressão, o programa impresso ainda dizia que o encontro do Portal Software Público Internacional aconteceria no auditório Cesar Lattes, ainda que a informação online estivesse correta. Quem chamou-me a atenção disto foi o Luis Felipe Costa, do Ministério do Planejamento. Rapidamente, anunciei o erro no microfone do auditório e as recepcionistas logo foram orientando as pessoas que chegavam ao auditório. Sem maiores problemas começou, no auditório, a fantástica palestra de Fred Brooks Jr, o autor de "O Mítico Homem-Mês", para a qual fiz a abertura e estava louco para assisti-la integralmente. Ledo engano. Não consegui assistir nenhuma palestra integralmente!

Logo nos primeiros dez minutos da palestra do Fred vejo surgir no auditório o Corinto Meffe, também do Ministério do Planejamento e organizador do encontro do Portal Software Público Internacional. Tornando uma longa história curta, os congressistas que encaminharam-se para o encontro excederam, em grande número, a capacidade da sala em que o mesmo ocorria. Em si, este fato foi uma agradável surpresa mas, na prática, tínhamos que dar um jeito de acomodar este povo todo e a única chance seria mover o encontro para o auditório e as palestras do auditório para a sala 1 do bloco 3. Corri para a sala da organização onde a Joice estava e ela produziu rápidas erratas que foram entregues às recepcionistas. Terminada a palestra do Fred, os espaços foram trocados e tudo estava bem, com a exceção da palestra do Stephen Spector, da comunidade Xen, que necessitaria de tradução simultânea. A única sala que possuía recursos de tradução, claro, era o auditório.

Juntamos a equipe da tradução, as recepcionistas e o próprio Corinto que, com sua calma e atenção peculiar, sugeriu que não mudássemos nada de lugar, apenas movêssemos a palestra do Stephen para um lugar onde as antenas de transmissão tivessem alcance. Havia apenas uma sala onde isto poderia ser feito. Mais uma errata, mais instruções para as recepcionistas e lá fomos nós montar uma infraestrutura mínima de tradução na sala 1 do espaço Florestan Fernandes.

Como não havia espaço para montar uma cabine, o Zeca, nosso tradutor, sentou-se ao fundo da sala. Pedimos que os que falassem inglês que se sentassem mais à frente e os que necessitassem tradução ocupassem o fundo da sala. A ideia era formar meio que um "buffer" para que o palestrante e os que estavam mais à frente não ficassem ouvindo muito alta a voz do tradutor. Por incrível que pareça e graças à boa vontade de todos, o arranjo funcionou, a palestra do Stephen Spector lotou e todos os que ajudaram, Zeca inclusive, receberam uma grande salva de palmas.

Deixo aqui meu muito obrigado ao Zeca, à Edilene, à Joice e, em especial e publicamente, ao amigo Corinto Meffe que foi meu grilo falante quando eu já nem conseguia mais pensar direito!

Sobre o autor

Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.

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