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Se eles podem, por que eu não posso?

Por Cesar Brod

Data de Publicação: 18 de Outubro de 2006

O título deste artigo e sua idéia foram-me sugeridos pela minha amiga Fabiana Iglesias em uma conversa sobre um trabalho que ambos desenvolvemos hoje com o patrocínio da Microsoft. Costumo trabalhar com vários "pedaços de artigos" que em parte vou completando e em parte acabam ficando no limbo. Ainda que eu já tivesse este texto quase completo, foi depois de uma conversa com o Hank Janssen e o Anandeep Pannu, colaboradores do Laboratório de Open Source e Interoperabilidade da Microsoft em Redmond, que a idéia consolidou-se.

Começando pelo final da nossa conversa, o Hank perguntava-me sobre como as pessoas me viam trabalhando em projetos de código aberto junto à Microsoft. Respondi que, aqueles que realmente me conhecem e sabem da forma como trabalho e o quanto dou valor à liberdade, ficaram curiosos, querendo entender as razões pelas quais a Microsoft estava fazendo este tipo de investimento. Busquei explicar um pouco disto em um artigo anterior aqui no Dicas-L. Há um grupo bem menor que, ao ver o nome "Microsoft" associado de qualquer maneira que seja a projetos de software livre ou de código aberto, já começa a ter chiliques. Estou acostumado. A memória da Internet é pródiga e ainda é possível encontrar uma discussão que tive em 2003 quando participei da organização de um evento em Curitiba onde a Microsoft entrou como patrocinadora. Depois o Hank disse-me "muito fácil falar mal do Windows, assim como é muito fácil falar mal do Linux, difícil é agir de forma positiva para efetivamente criar melhoras, mas ainda bem que há quem o faça."

Há poucos dias, o Hank estava recepcionando a equipe da Mozilla Foundation, num trabalho visando o bom funcionamento dos programas da instituição, especialmente o navegador Firefox, no Windows Vista. Que bom que podemos ter softwares livres da qualidade de um Firefox, OpenOffice.Org e tantos outros rodando também na plataforma Windows! Isto faz sentido para a Microsoft também. Mesmo que o Internet Explorer concorra diretamente com o Firefox, antes poder ter uma grande oferta de alternativas para o seu sistema operacional, deixando-o mais atrativo, do que ficar preso só nos produtos da própria empresa. Além do mais, com um modelo de negócios que cada vez mais próximo do "software como serviço", esta exploração de novas funcionalidades, busca de interoperabilidade é algo que todos nós que vivemos de tecnologia devemos buscar. Para isso, não precisamos abrir mão de princípio algum, mas apenas reconhecer boas oportunidades em meio às constantes mudanças.

Em outro artigo ainda escrevi sobre oportunidades de negócios com software livre no mundo proprietário. Eu fico imaginando os vários projetos interessantíssimos que temos em software livre e de código aberto no Brasil. Alguns tantos hospedados no Código Livre. Por que não dar visibilidade a estes bons softwares em um ambiente diverso, que atinge uma comunidade diferente? Quantos destes projetos não têm o potencial de levar ainda mais software livre para dentro de um ambiente - hoje - proprietário? Qual não seria o potencial de geração de negócios e ter mais gente vivendo da produção e exportação de conhecimento em código aberto? Alguns projetos brasileiros muito interessantes já estão se valendo da exposição no portal de desenvolvimento colaborativo da comunidade Microsoft, o CodePlex. Se você é desenvolvedor ou mantenedor de algum projeto que opere em múltiplas plataformas ou resolva questões de interoperabilidade, uma visita ao Codeplex já vale muito a pena. Comece pela página de nosso Núcleo de Desenvolvimento Open Source e Interoperabilidade. Lá você encontrará também um tutorial em português para o uso do CodePlex e links para os projetos brasileiros hospedados no portal. Eu me sentiria especialmente orgulhoso e realizado se, como aconteceu com a equipe da Fundação Mozilla, um projeto brasileiro for convidado para uma troca de idéias com os desenvolvedores da Microsoft.

Sobre o autor

Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.

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